Também não canto mais, nem escuto tanta música.
Parei de tocar e o meu violão está um desafino só.
Os tantos acordes viraram um embaraço, as tantas notas um grunhido e nos meus dedos só sobraram cãibras.
Eu acho que eu parei de pensar.
E os tantos pensamentos viraram um cochilo.
E eu acho que eu não entendo mais nada.
E as tantas teorias perderam o sentido e a relevância.
E eu achava que achar não era coisa séria.
E me lembro com tanta convicção de todas as minhas certezas.
Acho que elas atrofiaram que nem os meus arpejos.
Eu acho que eu vou arrumar esses desjeitos,
mas tem uma preguiça que não deixa.
Eu achei que não importasse o quê.
Que tinha coisas que não mudariam nunca.
Eu acho que eu estava errado.
Ou está na hora de acordar.
"o que pensas e sentes, isso ainda não é poesia"