quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Trilhares

As estrelas que de noite eu via
Todas elas lá no céu estão
Mesmo sem vê-las durante o dia
Piscam no céu com o sol gordão
São trilhares de estrelas e eu nem sabia
Que estão lá no céu até mesmo de dia
Como pode o céu ter tanta estrela?
Como pode? Parece um mar de areia... 



A areia que na praia eu via
Tantos grãos estão lá no chão
Punhadinho de areia que eu pego na mão
Tantos grãos que não cabem na numeração
São trilhares de grãos e eu nem sabia
Que esse número aumenta de noite e de dia
Como pode uma praia ter tanta areia?
Como pode? Parece um céu de estrelas...
(Trilhares - Palavra Cantada)

"Um FELIZ ano NOVO"

domingo, 27 de dezembro de 2009

Sampa

Alguma coisa acontece no meu coração

que só quando cruzo a Ipiranga e a avenida Sao Joao...

Têm palavras que parecem que foram feitas para se encontrar, têm outras que ninguém nem pensava em juntar é então que nasce alguém somente pra desafiá-las. Tem um exemplo bem aqui nesta foto.

Esse comentário eu resgatei do orkut da Hilde. Faz um tempão que eu postei isso lá. Acho que a foto foi tirada por ela e ficou genial!

"tem gente que nasce somente para mostrar para as palavras que elas podem ser controladas"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Aqui também tem Natal

Olha se não é o natal que vem chegando na janela.
Dessa vez de tão gentil veio fantasiado de filme americano, branquinho de neve.
Num frio de menos qualquer coisa vou esperando o natal deste ano. A ceia vai ser na noite do dia 25, só pra ficar um pouquinho mais diferente do que me lembro.
Neste ano não tem peru, mas turkey... há quem diga que é a mesma coisa, mas eu duvido!
Também não tem aqueles enfeites, eles acabariam ficando nas paredes até junho ou julho mesmo.
Ainda não comprei nenhum presente, mas amanhã ...
Vai ter frutas e leite condensado, vai ter violão, vai ter xbox, vai ter outro violão, vai ter uma guitarra elétrica, deve ficar desligada, mas vai ter, vai ter vinho, Champagne, a genuína, vai ter Chartreuse e algumas cervejas, talvez tenha mais um colega e vai ter um amigo. Aé, vou estar lá também.
Vai ser bom, mas também vai ser esquisito. Eu nunca gostei muito desses filmes que passam no natal.

"vai ter português quando eu cantar ao violão"

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Acaso

Acaso

  Não é o caso de sair gritando
  Não é o momento, nem há necessidade alguma
  passou da hora,
  nem é a vez
  é só o acaso
  que uniu aqui os olhos da beleza
  com os olhos da espera

Por Acaso

  Havia um lugar onde as coisas se mostravam
  não era mais perto de mim do que de qualquer outra pessoa
  era também um lugar no centro de todas as vidas que ali foram criadas
  era um lugar onde o imaginário acontecia
  em que tudo se modificava se encontrava e se perdia
  e embora mais do que esperado fosse
  decidiu-se por chamar Acaso.

Ao Acaso

  O palco, por acaso, não estava ali na frente parado, 
  estava por toda a parte e se movia com a platéia.
  Esta sobre o palco, dentro da cena, alagada da nossa sensibilidade,
  exibia sorrisos, olhos apertados e toda sorte de caras que se possa imaginar.
  Nós - os atores - não por acaso éramos justamente alegria
  e, por isso, éramos não menos do que explosão de risos e lágrimas.

"foi assim, quando vimos era maior do que nós todos"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Foi

Olhou pra mim com olhos muito limpos, os meus ardiam, no mínimo vermelhos.
Eu gosto, vivo dizendo, gosto dessas coisas. Música triste, sala escura, noite fria.
Encolher no canto, encenar no chuveiro, declamar falas de personagens ilusórias, tão tristes, tão heróicas, tão cheias de razões mais importantes.
Você é muito dramática, pessimista, ingênua... Ouvi muitas coisas para sustentar qualquer pose.
Chorei, gritei, bati, até em mim mesma.
E aquelhos olhos tão secos. Eu só quero a verdade.
Já lhe dei, já lhe mostrei, já lhe provei, não há mais sobre a verdade do que tudo isso de que você está fugindo.
Palavras secas, lágrimas também muito secas.
Não tinha longos cabelos então puxei pela roupa.
Pára com essa merda toda.
É sua.
Essa merda toda é sua.
Não, essa merda é toda sua, é a sua merda emporcalhando a minha vida, é a sua merda que você me vem esfregar na cara. É a sua merda que traz esse cheiro ridículo de despedida, de partida, de partilha.
Pra que argumentar. Já estava fraca e farta, remédios demais, com álcool demais e falta de companhia. Doses exageradas de histeria, choro, soluço. De sentimentalismo, falsidade, egoísmo.
Não tinha mais nada para ser salvo ali, era só secar os olhos e olhar.
E aquela cara tão seca.
Me ousou um tapa na cara, um roxo no braço, um corte na boca.
Amanhã não vou nem lembrar dessa sua cara.
Sorte sua, eu vou. Por um tempo; um longo. Mas isso ficou só no pensamento, o que saiu foi; foi diferente.
Aquela roupa asseada.
Música triste, sala escura, cara amassada, eu gosto disso. Bagunça, escuridão. Mancha no braço, roupa rasgada. Copos virados, copos vazios, uns pelo fim. A cara borrada, o corte na boca.
Aqueles sapatos pretos de merda.
Tudo revirado, a casa, as gavetas; por fora, por dentro, por enquanto.
Música escura, sala gostosa, cara triste, eu amasso coisas assim; fotos assim. Eu escureço.
Tem que ser mesmo muito filho da puta. Digo pra querer essa merda toda.
Aqueles passos sem culpa.
O que saiu foi; foi diferente.
Me fala. Quem é a outra?
Não adianta, você não vai culpar mais ninguém das faltas que são só suas.
Ela me disse com a voz mais sóbria.

"e só para não entristecer, que fazer? canto..."

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Canto Qualquer

É que pra nostalgia não existe idade, nem tempo ou lugar ruim.

E se eu disser que já não falta nada, mas não sobra nada em lugar nenhum
E que solidão não disfarça nada.
Não difere nada do senso comum de que a emoção é lágrima parada aparada à toa na palma da mão.
E que a mão do outro é porto seguro.
É que pra poesia não existe idade, nem tempo, nem lugar ruim.

"é ser o outor e ser o mesmo"

domingo, 6 de dezembro de 2009

Par

Os olhos úmidos.
E é claro que eles não eram os únicos.
Além da umidade havia o calor. Sempre juntos afinal.
Parecia que vinha de um, mas poderia ser do outro.
Poderiam ser juntos, mas estavam se decidindo.
Acabarão falando muito.
Assim até que um deles grite o primeiro absurdo.
O primeiro dos muitos que os manterão.

O Tatit ensionou:
"as sílabas se embalam como sons que se relevam"

Bolha Molhada

Você não chegou ao três!
Contou "um", "dois", mas que droga!
Enquanto você desaguou na minha cara eu me escondi bem aqui na sua boca, parecia que eu te perdia bem aqui na sua coxa.
Me doía a sua forma abolhada, cara de lágrima parada, sem força pra cair da porra da cara, nem tão fraca pra sumir invisível.

Quis me atirar no seu peito e mordê-lo, arrancar a pele na unha. Me dava raiva cada gota que você babava, uma a uma você me babou a sala toda. Era tanta água que na janela eu sufoquei atirada, afogava a minha cara no vidro e quase me cegava aquela cor embaçada.
Mas que droga! Eu ainda estava no dois e você do lado de fora da casa.
Eu no vidro da sacada, aberta, toda molhada e você saindo pelo portão.
Eu que nunca gostei de secar lágrimas.

Esse é antigo, mas merece um lugar aqui dado o tanto de vezes que já tomou vida.

"eu que nunca gostei de secar lágrimas"