segunda-feira, 29 de março de 2010

Contorna

E eu que não posso lhe olhar nos olhos.
Por que?
Me avista, me atira
Tira-me a roupa, insiste
Grita rouca
Me escolhe, me acolhe, revista a roupa e revira
O meu trapo, meu prato
Atira o retrato e se vinga
Esvazia meu copo
Se vira na cama
Se retira do ato
E quebra as minhas garrafas
e retorna
me devora
Enrola os lençóis e me molda
Se mostra, se oculta
me contorna e não dá nada

"olha se não é de novo a música velha no ouvido"

3 comentários:

  1. Parece que os ares de sampa estão realmente te deixando produtivo e inspirado =)
    Isso me lembra interversões... belo texto pra ser lido ou declamado...
    abraços poéticos =)

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  2. Genial como sempre! Vejo teatro enquanto leio!!! =)

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