Tique-teque
Tem tempos que eles param e a cabeça esvazia.
Às vezes por muito tempo.
Tem tempos que a gente não pensa.
Tem eras que a gente nem existe.
E tem um momento bem curto em que quase tudo faz sentido,
daí logo passa.
Mas é bem assim mesmo que tudo fica mais confortável.
Eu gosto mesmo é daquele tuim que começa chato no ouvido
e vira um silêncio branco dentro da cabeça
sem interessar o barulho do resto
até que o tiquetequeando da superfície do teclado vira desenho na frente dos olhos
e harmonia no buraco dos ouvidos.
"Tem tempos que não escrevo, mas comprei um bloquinho"
harmonia no buraco dos ouvidos! e melodia no desenho dos olhos.
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