domingo, 17 de janeiro de 2010

Pensando...

Nunca acampei, mas pesquei uma vez.
Digo, sentei lá esperando o peixe.
Acho que naquele dia só eu estava disposto.Os peixes não estavam muito não.
Não que eu possa culpá-los.Não imagino muita diversão em ficar pendurado pela boca.
É como arriscar tudo para comer alguma coisa que está lá dando sopa.
Não é como se a gente nunca tivesse tido a experiência, mas também nao é como se a gente entendesse a perspectiva do peixe.
Enfim, eu estava pra pesca; o rio até estava pra peixe; mas os peixes não estavam pra anzóis naquele dia.
O meu pai pegou um; devia ser mais ou menos do tamanho do meu polegar.
Não lembro se ele mordeu a isca ou enroscou nela. Deu dó.
Jogamos de volta na água, ninguém foi pra lá esperando comer peixe mesmo.
Diversão pra mim foi quando meu primo enfiou a mão numa casa de marimbondo por descuido.
Não é que eu seja de má natureza, mas ele gritou feito menininha. Quis até pular na água - coisa de cinema - mas o rio não estava para amigos.
Deve ter doído.

Meu teclado não tem acento. Pensei nisso agora porque doído sem acento vira doido, que é completamente diferente.
Só tem letra acentuada, mas não todas.
Os franceses nunca foram dos mais espertos mesmo e estavam sempre se ferrando na mão dos ingleses, que por sinal têm um teclado muito mais eficiente, dá pra combinar acento e letra formando qualquer vogal acentuada. Aqui eu tenho que mudar o layout do teclado, ignorar as teclas que vejo e digitar de memória.
Em português o acento é prosódico enquanto no francês é somente fonético. Quer dizer que pra nós o acento indica a tônica, pra eles muda o som da letra, mas a tônica vai ser sempre a última sílaba.
Acaba sendo uma língua chata de ouvir, bem linear, sem criatividade.
Deve ser daí a razão de um teclado idiota no qual o SHIFT dá acesso aos números, ponto final e interrogação. Ineficiente.

A propósito nunca curti água tônica; é amarga.Se fosse boa peixe nadaria nela.
E como é ruim, talvez até pulassem no meu anzol.
Também nunca gostei de pescaria, mas tive um pega-peixe.

Sou do tipo urbano, se estou com fome vou no mercado.
Puta que pariu, a neve está ferrando com a comida. O mercado está vazio.
Café da manhã, almoço e janta do final de semana tem sido suco de laranja e pain au chocolat.

Doido mesmo é esse negócio de acampar pra ficar perto da natureza e levar um pacote de batatinhas Ruffles (a batata da onda). Não existe Ruffles por aqui; as marcas são diferentes.

Bom com batata é a tartiflette, uma receita francesa que lembra a batata recheada.
Isso não tem nada a ver com teclado e acampamento.
Também não vai peixe na receita ou água tônica. Mas eu tentei comprar batata no mercado.

"eu queria estar na festa pá com a sua gente e colher pessoalmente uma flor do seu jardim"

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